domingo, 19 de junho de 2011

Sobreviventes

Henrietta Braun - Meu padrasto tinha uma grande fazenda, onde fui passar as férias. Estávamos nós, crianças, deitadas na grama, olhando as nuvens, e apareceram aviões que, naquela área, nunca haviam aparecido. Dois dias depois, veio um mensageiro dizendo que os russos haviam invadido aquele lado da Polônia, deportando para a Sibéria todos os latifundiários e saqueando tudo. Meu padrasto montou sete carroças com 14 cavalos, e fugimos da fazenda em direção a uma cidade chamada Stanislavov.

Mal chegamos, os russos confiscaram todos os cavalos, deixando apenas as carroças. Ficamos sob domínio russo durante um ano e pouco.
 Henrietta - Por volta de 1941. Datas me fogem porque eu era criança, mas é mais ou menos isso. Quando os russos se retiraram, liberando a cidade para os nazistas, eles ofereceram vagões ao povo, para levar-nos, mas minha família não queria, pois eram todos eles muito primitivos.

O "concilio" da família decidiu esperar as eruditas e culturais tropas nazistas. Logo eles entraram, começaram a gritar nos alto-falantes quais eram as áreas proibidas para judeus e cachorros.

Em seguida foi construído um gueto. Pelos alto-falantes, mandaram em um certo dia, em uma certa hora, pontualmente como só eles podem ser, colocar todos os bens em frente às casas, como quadros, objetos de arte, cristais, jóias, peles. Enfim, tudo o que eles iam confiscar.

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